MULHERES NA FAIXA
26 de ago. de 2013
Assembleia de mulheres inicia o FSM de Tunis
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Antes mesmo da tradicional marcha que costuma
abrir o Fórum Social Mundial, as mulheres lotaram o auditório da
Faculdade de Direito em luta por seus direitos.
Palavras de ordem muito fortes
contra o fundamentalismo islâmico foram cantadas na assembleia de
mulheres que ocorreu esta manhã na Faculdade de Direito da Universidade
de Tunis, e que teve como principal tônica a defesa dos seus direitos,
ameaçados pelas influência da religião sobre o estado na Tunísia. “Vamos, vamos, vamos morrer... mas antes vamos extirpar os islamistas de nossa terra”, gritavam as defensoras do Estado laico.
Não por acaso centenas e centenas de mulheres – e muitos homens –
fizeram a primeira grande manifestação neste FSM que começa, antes mesmo
da marcha de abertura. Para Shams Abdi, uma jovem militante tunisiana
da Marcha Mundial de Mulheres, “este FSM em Tunis tem como símbolo a
luta das mulheres, ainda que não seja oficial, os movimentos mais ativos
em relação ao fórum são os feministas”. Além do que, segue ela, “nos
movimentos árabes a questão da mulher é mais importante do que em outros
lugares. Antes, com a ditadura, não tínhamos liberdade de imprensa e de
expressão, agora podemos falar e ver o que se passa em Tunis”.
As mulheres daqui falam com muito orgulho da luta que vem levando.
“Como a revolução começou em Tunis”, diz Shams, “a revolução das
mulheres tem que sair de Tunis também. A mulher tunisiana não é uma
mercadoria, mercadoria é a vice-presidente da Assembleia Constituinte;
assim como ela, temos outras mulheres que são contra os direitos das
mulheres”. Para Hiba Yahyaoui, outra tunesina, estudante de letras,
“este Fórum encorajará as mulheres a continuar a defender seus direitos,
porque a mulher tunesina é forte, tanto quanto os tunesinos”.
Perguntei-lhe porque havia tantos homens na assembleia de mulheres. “Em
Tunis há muitas associações que encorajam a mulher tunesina a continuar
sua luta, como nos disse Chukri Bel Aid”. Ela se referia ao líder de
oposição, assassinado recentemente,em 6 de fevereiro.
Solidariedade internacional
A importância da solidariedade dos outros povos com a revolução da
Tunisia, segundo nos disse Ahlem Belhard, presidenta da Associação
Tunisiana de Mulheres Democratas, e condutora daassembleia. “Nós
resistimos, nós lutamos com muitas dificuldades, este é um momento muito
importante, pois é preciso impedir a contra-revolução. É importante ver
todos os lutadores dos países juntos, pois todas as pessoas que estão
no Fórum estão tentando mudar o mundo e podemos nos ajudar nessa
mudança”. A lider feminista também destaca a importância histórica da
revolução tunisiana, pois “estimulamos outras revoluções, não é um
fenômeno nacional, os países da região tem os mesmos problemas, sua
origem é a mesma. A política e a economia não são uma fatalidade, são
uma escolha”.
Ahlem Belhard
Analba Brazão, da Articulação de Mulheres Brasileiras, acha
importante “visualizarmos que o patriarcado está presente em todos os
países, embora cada povo tenha suas reivindicações locais”. A feminista
brasileira lembra que o mundo árabe não é algo homogêneo e na Tunísia a
constituição coloca a religião como algo imutável. Outro fato lembrado
por Analba é que elas consideram como primeira fagulha da revolução os
protestos na bacia mineira neste país, puxados pelas mulheres, e que
nunca aparecem quando se conta a história. A única brasileira a falar na
assembleia foi uma representante do Movimento de Mulheres Camponesas,
que destacou a luta pela terra e pela segurança alimentar. "Somos nós,
as mulheres, que garantimos a maior parte dos alimentos para nossa
população, produzidos no enfrentamento ao agronegócio, que destrói a
terra e traz todo tipo de violência contra as mulheres".
Mexicanas lutam contra o feminicídio
Além da Tunísia, falaram representantes do Senegal, da França, da
Espanha, da Palestina, para uma plenária que tinha ainda diversos grupos
de mulheres atualmente em luta, como as do Sahara ocidental e do Mali. A
criação de uma rede de apoio as mulheres da Tunísia e a defesa dos seus
direitos, ameaçados pelos partido islamita no poder foi proposta a
todas as mulheres do mundo.
Mulheres do Mali
Mulheres saharauis
Inédito no Brasil, Encontro Internacional da
Marcha Mundial de Mulheres reunirá reunir 1600 participantes de 40
países. A coletiva começa às 11 horas, no Memorial da América Latina, e
terá participação de Miriam Nobre, Jean Enriquez e Conceição Dantas.
Nesta segunda-feira, 26, começa o 9º
Encontro Internacional da Marcha Mundial das Mulheres (MMM), em São
Paulo. O Encontro vai reunir um número recorde de 1.600 mulheres, vindas
de mais de 40 países, em uma semana inteira de atividades, até o dia
31. Inédito no Brasil, o evento já foi realizado em países como Índia,
Ruanda e nas Filipinas.
No primeiro dia de atividades, será oferecida uma coletiva de
imprensa, às 11 horas, na Sala dos Espelhos do Memorial da América
Latina. Participam da coletiva as porta-vozes da organização do evento:
Miriam Nobre (São Paulo), coordenadora do Secretariado Internacional da
MMM e agrônoma, Jean Enriquez (Filipinas), integrante do Comitê
Internacional da MMM e diretora executiva da Coalizão Contra o Tráfico
de Mulheres, e Conceição Dantas (Rio Grande do Norte), coordenadora
nacional da Marcha e socióloga.
A abertura pública do evento acontece às 17h30 da segunda-feira, com a
participação da Ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres,
Eleonora Menicucci, em mesa que contará com Denise Motta Dau, secretária
de Políticas para Mulheres da Prefeitura de São Paulo, Miriam Nobre,
coordenadora do Secretariado Internacional da MMM, além de uma
representante da Assembleia de Movimentos Sociais. Durante a cerimônia,
uma militante de cada região em que a Marcha atua (Ásia, África, Europa,
América Latina e Caribe e Oriente Médio) fará uma saudação de três
minutos.
Em seguida, às 20 horas, tem início na Tenda da Solidariedade uma
roda de conversa sobre as revoltas no mundo árabe e as repressões e
assassinatos políticos. Participam do debate as ativistas Souad Mahmoud,
da Tunísia, e Khadija Rhamiri, do Marrocos.
A programação do Encontro Internacional, no entanto, começa antes das
solenidades. No domingo, 25, será lançada a exposição Feminismo em
Marcha, na Galeria Olido. Contendo projeções, fotografias e materiais
históricos, a exposição apresenta a trajetória, ações e principais
temáticas abordadas pela Marcha Mundial das Mulheres em 62 países. Na
segunda-feira, na casa oficial do evento, o Memorial da América Latina,
as atividades começam às 9h, com grupos de debates sobre temas
contemporâneos do movimento internacional.
Dia 31, sábado, o evento termina com uma manifestação que começa no
vão do MASP, na Avenida Paulista, e termina na praça da República, com
shows da cantora pernambucana Karina Buhr, das rappers cubanas Krudas
Cubensi e do grupo de forró brasiliense Chinelo de Couro.
O Encontro Internacional da MMM
Esta edição do Encontro Internacional da MMM, além de ser a
oportunidade de encontro de militantes do movimento de todas as partes
do mundo para importantes formações e deliberações, será um momento
especial para o Brasil.
O país sedia pela primeira vez esse evento, dando um salto em suas
proporções, que contava até a última edição com algumas centenas de
participantes.
Também será o momento de encerramento de um ciclo. Durante o
Encontro, será eleita a nova composição do Secretariado Internacional da
Marcha. O grupo do Brasil, que tem estado à frente do movimento mundial
nos últimos anos, terá sua sucessão definida. A gestão brasileira passa
o bastão tendo alcançado diversas realizações e conquistas.
“Foram sete anos nessa missão, com várias ações internacionais, com
uma conjuntura que se complicou ainda mais, marcada pela crise geral do
sistema e o recrudescimento dos ataques conservadores. Faremos um
balanço desse período que vai nos fortalecer para o que venha adiante”,
conta Miriam Nobre, coordenadora do Secretariado Internacional da MMM.
Sobre a MMM
A Marcha Mundial das Mulheres é um movimento feminista internacional
que surgiu no ano 2000 como uma grande mobilização que reuniu mulheres
do mundo todo em uma campanha contra a pobreza e a violência.
Atualmente, a MMM está organizada em mais de 150 países e territórios.
Entre seus princípios estão a organização das mulheres urbanas e rurais a
partir da base e as alianças com movimentos sociais. A Marcha defende a
visão de que as mulheres são sujeitos ativos na luta pela transformação
de suas vidas, e que essa transformação está vinculada à necessidade de
superar o sistema capitalista patriarcal, racista, homofóbico e
destruidor do meio ambiente.
Serviço:
9º Encontro Internacional da Marcha Mundial de Mulheres
25/08 a 31/08 em São Paulo, SP
Organização: Secretariado Internacional da Marcha Mundial de Mulheres
Coletiva de imprensa: 26/08, 11h, no Memorial da América Latina - Sala dos Espelhos
Abertura pública: 26/08, 17h30, no Memorial da América Latina
Programação do evento: WWW.marchamundialdasmulheres...
Acompanhe nossa fanpage: WWW.facebook.com/marchamundi...
Resumo da programação - 26/08
Memorial da América Latina
8h30 - Acolhidas pelo cortejo, no Portão 1.
9h: Conferência: A trajetória do feminismo na América Latina e Caribe
12h-14h: Resistência em exposição
Visita à exposição do acervo permanente do Memorial da América Latina.
Pavilhão da Criatividade Popular Darcy Ribeiro
14h: Conferência: Acumulação por despossessão: trabalho, natureza e corpos das mulheres
Auditório Simón Bolivar
17h: Abertura pública com a presença da Ministra Eleonora Menicucci
20h: Tenda da Solidariedade
20h: Celebrando a vida das mulheres
Teatro Fragmentos de cena, no Auditório Pagu (Biblioteca do Memorial)
Oficina de Carimbó no Palco da Liberdade
Informações e credenciamento de imprensa
Bruna Provazi - 11 3819-3876 / 985975570
Email: comunica chez sof.org.br
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Bruna Provazi - 11 3819-3876 / 985975570
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26 de nov. de 2012
Evento de Lançamento da Campanha 16 dias de Ativismo - Mulher Alicerce da Sociedade, realizada pelo Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, Coordenadoria Especial de Politicas para as Mulheres e Grupo Rosa e Amor, na Câmara Municipal de Valinhos com a Psicologa e Integrante da Ong Feminista Católicas pelo Direito de Decidir Valéria Melki Busin - "DIREITOS REPRODUTIVOS E ABORTO".
17 de out. de 2012
ELEIÇÕES 2012
09/10/2012 - Cresce 32% o número
de prefeitas eleitas
(O Globo) O
crescimento da presença feminina na política ainda é tímido, mas este ano as
mulheres conseguiram uma pequena melhora no desempenho nas urnas: 2.025
candidatas disputaram a eleição para prefeito e 665 delas foram eleitas no
último domingo, um crescimento de 32% em relação ao total de eleitas nos dois
turnos da eleição de 2008, que foram 504. Oito das candidatas ainda brigam pela
vitória no segundo turno. Estão fora, no entanto, dos grandes centros urbanos.
Entre as 26 capitais,
apenas a deputada Teresa Surita (PMDB) foi eleita em Boa Vista (RR) e a
senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB) disputará o segundo turno em Manaus (AM). A
grande maioria das novas prefeitas governará cidades com menos de 200 mil
eleitores, incluindo a capital de Roraima. O partido que mais elegeu prefeitas
foi o PMDB, com 129 eleitas em cidades médias, seguido do PSDB, com 93 e do PT
com 70 prefeitas.
O número de prefeitas
aumentou de 9% para 12% do total de prefeitos do país. Também aumentou o número
de vereadoras: 7.647 este ano, contra 6.512 em 2008, um crescimento de menos de
20%. Disputaram vagas nas câmaras municipais este ano 113,8 mil candidatas,
contra 285 mil candidatos a vereador. O número de candidatas foi grande por
conta da exigência da cota mínima de 30% para as mulheres. As 7.647 vereadoras
eleitas este ano representam 13,3% do total de vagas.
Na opinião de
representantes das mulheres e especialistas, o percentual reduzido de mulheres
eleitas é consequência do número menor de candidaturas oferecidas na disputa
pelas prefeituras: 2 mil mulheres candidatas contra mais de 13 mil homens.
- O crescimento ainda
não é substantivo e não chega perto do que queremos e precisamos para garantir
a justiça redistributiva. Somos 50% da população. São 5,5 mil municípios, 12%
do total de prefeitos é um percentual muito ínfimo - disse Patrícia Rangel,
professora de Ciência Política da PUC de Goiás e consultora do Centro Feminista
de Estudos e Assessoria (CFEMEA).
A professora estuda o
desempenho das mulheres na política e os dados revelam um crescimento lento da
participação na política. Para ela, uma das medidas a serem adotadas é garantir
a exigência de cota mínima de candidatura de mulheres também nas eleições
majoritárias (para cargos Executivos e Senado).
- Ter muitas
candidaturas não significa muitas eleitas, mas ter pouquíssimas candidatas,
mesmo com otimismo, sempre teremos pouquíssimas eleitas - acrescentou Patrícia
Rangel.
O professor da Escola
Nacional de Ciências Estatísticas do IBGE, José Eustáquio Diniz Alves diz que
nos últimos 20 anos o percentual de participação das mulheres aumenta em 1% a
cada eleição. Para ele, o maior entrave para o aumento da participação feminina
nos cargos de comando está nos próprios partidos, comandados por homens que não
querem ceder espaço.
- Nesse ritmo, serão
necessários 148 anos para conseguir paridade entre homens e mulheres. O aumento
é positivo, no caso de vereadoras, pois mais de mil foram eleitas em relação a
2008. O problema é que os partidos lançam candidatas laranjas em vez de
investir na formação de verdadeiras candidatas - avalia o professor. - A
barreira partidária é o principal entrave. Os eleitor brasileiro vota em
mulher. Em 2010, dois terços dos votos para presidente foram para mulheres, mas
para isso é preciso oferecer boas candidatas.
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